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Lidere como uma garota!

por Aline Rossin
May 25th, 2020 » 4 min (amor) (líder) (Liderança_feminina) (respeito)

Sou uma mulher. Uma mulher que se tornou líder. Não apenas da equipe direta, mas da empresa. Me tornei vice-presidente e estou ao lado dos meus sócios nas decisões mais importantes e difíceis que precisamos tomar diariamente. Ainda mais em tempos de pandemia.

 

Estou nessa função há alguns anos e, quando olho para trás, penso que nunca desejei verdadeiramente estar aqui. Nunca desejei porque o estereótipo de liderança feminina era, para mim, acompanhado de imagens de mulheres com roupas sociais e super elegantes, saltos altos em formato agulha e atitudes tão ou até mais agressivas do que alguns líderes homens que conheci por aí.

 

Nada contra o salto alto agulha e roupas sociais elegantérrimas, mas essa nunca fui eu. Isso nunca coube em mim. Além disso, atitudes agressivas são inaceitáveis.

 

Sempre tive muita dificuldade em entender porque pessoas que lideravam outras no ambiente corporativo muitas vezes não tinham a menor ideia do que a palavra empatia significava. E, com isso, obrigatoriamente, se tornavam líderes bastante medíocres.

 

Nesse contexto, acredito que, mesmo de forma inconsciente, me afastava de ser líder por achar que esse combo de coisas que não serviam em mim viria junto. Porém, na agência em que trabalho há quase 11 anos encontrei um lugar de liderança que me serve. Um lugar que cabe em mim assim como uma peça de roupa que me faz sentir confortável.

 

Acredito que isso aconteceu porque, nesse lugar, pude exercer o meu papel de líder sem abrir mão do meu papel como ser humano. Como mulher. Com todos os medos, incertezas, experiências e também com minha firmeza, quando necessário. Sim, uma mulher pode ser firme sem perder a doçura. Um homem também.

 

Vendo tudo o que tem acontecido no mundo e colocando uma lente específica sobre lideranças, não me impressiona que os países que tiveram resultados mais positivos no combate à COVID-19 são comandados por mulheres. Não porque acredito que as mulheres são líderes melhores do que os homens, mas porque acredito que a liderança sensível e empática - tão necessária nesse momento do mundo - é visceralmente feminina.

 

A liderança feminina tem, acima de tudo, coragem. E sabe o que significa coragem? Agir com o coração! Sim, com o coração. O coração, no sentido figurado, é quem guarda nossos mais profundos sentimentos e sensações. É quem nos coloca no lugar do outro e quem nos permite amar, cuidar, zelar, proteger, querer o bem.

 

É através dele que líderes deveriam e devem se comunicar. Não através da boca, mas do coração. Permitindo que a vulnerabilidade seja percebida pelos seus liderados sem medo e que as incertezas nos conectem no sentido mais profundo do que é ser humano. Que as palavras ditas e atitudes tomadas sejam frutos do amor. Esse sempre foi o meu "modelo" de liderança. E fico muito feliz em ver que ele se torna cada vez mais relevante hoje e num futuro próximo.

 

Como diz uma parte da música do genial Emicida, "Então, será tudo em vão? Banal? Sem razão?

 

Seria. Sim, seria se não fosse o amor. O amor cuida com carinho, respira o outro, cria o elo... É certo na incerteza. Socorro no meio da correnteza. Tão simples como um grão de areia. Confunde os poderosos a cada momento... Amor é decisão, atitude. Muito mais que sentimento".

 

A boa notícia é que o coração, de onde nasce o amor, todos têm! <3

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