A Geração Z também está no Facebook e só você não sabia...
por Jaqueline Fonseca e Mariana Gouveia
Dec 17th, 2021 » 3min (Facebook) (Geração) (Gerações) (Instagram) (Millennials) (Redes) (sociais) (TikTok) (twitter) (Z)
Muito se fala sobre o uso de determinadas redes sociais para geração Z e de outras para gerações passadas. Mas… há realmente uma migração de cada geração para uma determinada rede social ou atualmente o uso de cada rede se baseia em diferentes motivações?
Sabemos que a GenZ tem uma forte presença no TikTok, rede que bateu 1Bi de usuários no mundo em setembro deste ano. Entretanto, é possível encontrar por lá usuários de todas as idades, e segundo dados do próprio TikTok, existe uma crescente no público 24+. Mas isso significa que as demais redes sociais se tornaram cringe demais para os nativos digitais?
A real é que muita gente acredita que o Facebook é uma plataforma que já não consegue atrair esse público, e por isso fomos atrás de alguns números (e comportamentos) para entender um pouco mais… A rede tem cerca de 22M de usuários únicos entre 18-24 anos (*1), só no Brasil e, além disso, continua sendo a rede social mais consumida no país, considerando todas as faixas etárias (*2). Logo, a real pergunta é: o que mantém esses usuários presentes na plataforma?
Nos últimos anos, o Facebook colocou a ferramenta de grupos como grande protagonista da estratégia de crescimento, fomentando a importância das comunidades e recuperando uma característica que já não estava mais tão presente dentro das redes: a formação de novas amizades, afinal de contas, é possível encontrar grupos voltados para diversas temáticas e, além disso, muitos desses grupos se tornaram grandes redes de apoio entre os seus usuários.
Diversos desses grupos são privados e com participação aprovada por administradores, e aqueles que tratam de temas mais pessoais não devem ter seus assuntos divulgados, podendo causar expulsão dos usuários que não seguirem as regras. O objetivo é gerar um maior senso de confiança e realmente dar oportunidade para ser um lugar aberto para troca de experiências, desabafos, compartilhamento de dicas, ou seja, um espaço para ser você mesmo - proposta muito próxima a do TikTok.
De acordo com o relatório True Gen divulgado pela McKinsey, 66% dos jovens dessa geração entrevistados para a pesquisa definem a palavra “comunidade” como grupo criado por interesses comuns, e não por origem econômica ou nível de educação similar, e é por causa disso que as comunidades online são tão valorizadas por eles, já que é possível conhecer pessoas de diferentes contextos (*3).
Uma tendência que surgiu no Facebook como forma de identificar grupos que abordam trocas de experiências foi de nomeá-los de “share”. Os grupos vão desde Share Your Treino até Share Your Airbnb, todas as temáticas são possíveis, e o principal objetivo é realmente o compartilhamento de informações e vivências. E adivinha só quem mais está presente nesses grupos? Isso mesmo, a famigerada Geração Z! De acordo com dados do grupo Share Your Crush, que conta com quase 33 mil participantes, a maioria de seus membros têm entre 18 a 24 anos, ou seja, provavelmente esse público não fugiu da rede, mas encontrou uma forma e motivação diferente para utilizá-la.
E como a estruturação das empresas do Facebook para a atual Meta, com uma estratégia voltada para integração do mundo real e virtual, pode continuar impactando na presença da Geração Z na plataforma?
Segundo o CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, um dos principais objetivos do metaverso é "conectar pessoas”, um ecossistema que recria experiências e interações reais e busca superar as limitações físicas na internet. E isso representa exatamente a essência dessa geração que se mobiliza através da tecnologia e valoriza comunidades genuínas.
Independente de quais ou quantas redes sociais surgirem ou se mantiverem ativas, o que podemos dizer até então é que, independente da plataforma, a geração Z terá motivação para utilizá-las: seja para "xingar muito" no Twitter, consumir conteúdos aspiracionais no Instagram, criar entretenimento com autenticidade no TikTok, ou até encontrar comunidades com as quais se identifica e auxilia no dia a dia de sua vida.
Já para as marcas, acreditamos que o primeiro passo para construir relevância perante esse público - independente da rede - seja compreender se há espaço para criação de comunidades de forma a gerar conexões e diálogos, de maneira genuína. Há lugar para agregar com conteúdo que contribua de maneira construtiva para o dia a dia e que possibilite conversa?
Em uma nova forma de comunicar, eis a grande pergunta: As marcas estão preparadas para dar sem esperar algo em troca? Bom, para isso será necessário que seus KPI's passem a fomentar informação e crie vínculos "imensuráveis"; aqueles que nós temos através das trocas uns com os outros.
¹ Fonte: Facebook, potencial de usuários únicos ativos na plataforma em novembro 2021
² Kantar IBOPE Media | Target Group Index | BR TG 2021 R1 | Entre Internautas
³ McKinsey & Company | True Gen: como a geração Z impactará as empresas de bens de consumo - Novembro, 2018